terça-feira, agosto 24, 2010

Cinema - A Origem


Finalmente fui assistir o tão falado filme A Origem (título original Inception) e gostei muito. O filme é longo, mas você não percebe, porque fica preso à trama, cujo roteiro está muito bem amarrado e deu um ritmo à narrativa bastante interessante. Acho só engraçado ver blogs e sites tentando refletir sobre o filme, meio na onde do cult Matrix, tentando elaborar histórias paralelas, saber se o personagem mais velho é Cobb ou Saito... Nossa, pra mim, não é essa a proposta do filme.

A Origem não tem, na minha opinião, nada a ser descoberto nas entrelinhas. Está lá claro: sonho que está sendo sonhado em um sonho. A diferença de horas - cada vez que se desce a um novo nível - também á fácil de se entender. Ninguém comenta, mas as horas que passamos sonhando se diferem das da realidade. O mundo dos sonhos é atemporal. E é só.

Mas já que é pra comentar alguma coisa pra entrar na onda, penso que ao pedir ao especialista (Leonardo de Caprio), que trabalha roubando informações do inconsciente de alguém, para plantar uma idéia no inconsciente de um milionário para fazê-lo mudar de idéia sobre uma herança, serve para vermos como nós, seres humanos, somos sugestionáveis. Apenas por falta de acesso às pessoas podemos justificar que não podemos influcenciá-las. Como se vê é fácil sim, plantar uma idéia. Há milhões de recursos, redes sociais, tecnologia por aí.

Mas persuadir requer talento. Gazelas sabem disso. Persuadir envolve habilidade de identificar como o outro funciona e isso leva tempo ou experiências anteriores; para conseguir usar palavras certas, informações exatas e direcionadas a um objetivo: envolver e estimular uma forma de raciocínio do outro, que o faça interagir comigo.

Ainda bem que o personagem Cobb mostra que não é fácil, mesmo através de sua máquina, pois o que nos torna seres humanos é também essa forma de envolvimento, através da persuasão. Usar esta habilidade é inerente de nossa natureza. Sonhos compartilhados viram realidade. Se fosse fácil com a máquina, ai de nós!

Acho que o filme tem um persuadir interessante - nos fazer comentar sobre ele - mas é fruto de uma mente que soube usar recursos para pensarmos no assunto. E eu aqui comentando, como todo mundo. Ponto pro filme!